O desaparecimento de pessoas no México: modalidades, magnitudes e impactos

Reflexões sobre como uma velha prática criminosa e violadora de direitos humanos se posiciona em um novo desafio governamental e social

Resumo

O desaparecimento de pessoas tem sido utilizado na América Latina, desde a década de 60, como uma medida de controle ideológico e político — principalmente nas ditaduras militares do Cone Sul ou na guerra suja no México. Atualmente, as motivações e modalidades se ampliaram, pois se somam fins criminais. No México, pode-se observar que os autores e suas vítimas também se transformaram, pois agora não é apenas o Estado que emprega essa estratégia contra seus opositores, mas também o crime organizado na comunidade em geral.

Da mesma forma, o desaparecimento no México é uma das formas de violência extrema, e tem aumentado nos últimos anos. Embora os dados oficiais indiquem que até dezembro de 2019 havia 61.637 denúncias de pessoas desaparecidas ou não localizadas, reconhece-se que essa grave violação dos direitos humanos impacta seriamente as famílias, comunidades e até mesmo as instituições.

A prevenção e o tratamento dessa prática criminosa e violadora de direitos humanos apresentam grandes lacunas e fraquezas. Apesar dos avanços, como a Lei Geral sobre Desaparecimento Forçado de Pessoas, os esforços ainda são insuficientes e os recursos limitados. Nesse contexto, destaca-se o papel que as organizações de familiares de desaparecidos têm desempenhado ao exigir justiça e impulsionar estratégias em sua interpelação aos governos.