Maternidade e Universidade
Desafios e conquistas das mães estudantes no ensino superior
DOI:
https://doi.org/10.59057/iberoleon.20075316.202440751Palavras-chave:
ensino superior, permanência, afiliação, ação afirmativaResumo
No Brasil, o espaço universitário foi historicamente estruturado para atender às demandas de um público específico, predominantemente masculino, excluindo ou limitando a presença das mulheres. Com a democratização do acesso à universidade, as mulheres superaram essa barreira histórica. No entanto, pesquisas recentes revelam que, apesar da superação das barreiras iniciais para o acesso das mulheres ao ensino superior, a ausência de políticas de discriminação positiva que reconheçam a maternidade e suas especificidades — físicas e sociais — perpetuam formas sutis de exclusão dessas “estudantes não tradicionais” dentro da universidade. Uma pesquisa realizada com mães universitárias da Universidade Federal do Rio de Janeiro revelou a complexa relação entre maternidade e universidade, destacando como essas estudantes enfrentam desafios relacionados a estereótipos e normas sociais sobre o papel das mães. A pesquisa expõe como a reprodução da violência simbólica impacta as dinâmicas de permanência e os processos de “afiliação” das mães universitárias, evidenciando a urgência de um amplo debate sobre a importância de reconhecer esses sujeitos por meio de políticas de ação afirmativa.
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